Levanta-te e vai; tua fé te salvou!
Aquele que invoca o Senhor não é abandonado
No dia 11 de fevereiro, sábado próximo, festa de Nossa Senhora de Lourdes, comemora-se também o Dia Mundial do Enfermo. A mensagem especial do Santo Padre para este 20º Dia Mundial do Enfermo,
que tem como tema: “Levanta-te e vai; tua fé te salvou!” (Lc 17,19),
olha também para o próximo “Ano da fé”: “Desejo renovar a minha
proximidade espiritual a todos os enfermos que se encontram nos locais
de reabilitação e são acolhidos nas famílias, exprimindo a cada um a
solicitude e afeto de toda a Igreja. Na acolhida generosa e amorosa de
toda vida humana, sobretudo daquela fraca e doente, o cristão exprime um
aspecto importante do próprio testemunho evangélico, a exemplo de
Cristo, que se inclinou sobre os sofrimentos materiais e espirituais do
homem para curá-lo”.
Além de ressaltar a figura
do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 29-37), o Papa recorda que “o encontro de
Jesus com os dez leprosos (Lc 17, 11-19), em particular as palavras que
o Senhor dirige a um deles: ‘Levanta-te e vai; a tua fé te salvou!’
(v.19), ajudam a tomar consciência da importância da fé daqueles que, agravados pelo sofrimento e pela doença,
se aproximam do Senhor. No encontro com Ele podem experimentar
realmente que quem crê não está nunca sozinho. Deus, de fato, no Seu
Filho, não nos abandona em nossas angústias e sofrimentos, mas nos é
próximo, nos ajuda a levá-los e deseja curar no íntimo o nosso coração
(cf. Mc 2, 1-12)”.
O Papa aproveita
para frisar que “o binômio entre saúde física e a cura das feridas da
alma nos ajuda a compreender melhor os Sacramentos da cura”, ou seja, a
Penitência e a Unção dos Enfermos, que alcançam seu natural cumprimento
na Comunhão Eucarística. “A missão principal da Igreja é certamente o
anúncio do Reino de Deus, 'mas exatamente esse anúncio deve ser um
processo de cura', enfaixar as chagas dos corações partidos (cf. Is
61,1), segundo o encargo confiado por Jesus aos Seus discípulos (cf. Luc
9, 1-2; Mt 10,1.5-14; Mc 6, 7-13)”. “Quem, no próprio sofrimento e
doença, invoca o Senhor está certo de que o Seu Amor não nos abandona
nunca e de que também o amor da Igreja, prolongamento no tempo da sua
obra salvífica, não deixa de ser manifestado.
A cura física, expressão
da salvação mais profunda, revela assim a importância que o homem, na
sua integralidade de alma e corpo, representa para o Senhor. Todo
Sacramento exprime e atua a proximidade de Deus, o qual, em modo
absolutamente gratuito nos toca por meio das realidades materiais, que
Ele assume ao Seu serviço, fazendo disso instrumentos do encontro entre
nós e Ele mesmo. A unidade entre criação e redenção se torna visível. Os
Sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé que abraça corpo e
alma, o homem inteiro”. Por isso, o momento do sofrimento, em vez de
ser motivo de desespero, pode “transformar-se em tempo de graça para
voltar-se para si mesmo, repensar a própria vida e nos próprios erros,
como o filho pródigo”. “A Igreja, continuando o anúncio do perdão e da reconciliação ressoado por Jesus, não cessa de convidar a humanidade inteira a converter-se e a crer no Evangelho”.
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal João Maria Vianney
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