segunda-feira, 4 de março de 2013

Sé vacante: quem governa a Igreja neste período?

A Igreja está em período de sé vacante, mas não está sem governo: o colégio cardinalício assumirá a administração da Santa Sé e do Vaticano. Nesta segunda, 4 de março, acontece a primeira congregação na Sala do Sínodo.
Ontem à noite, em Castel Gandolfo, fazia bastante frio. Às oito da noite, os dois guardas suíços posicionados à porta da residência papal ficaram frente a frente e, após o cumprimento e os movimentos rituais, se retiraram. Dentro do portão, três membros da Gendarmaria Vaticana assumiram a vigilância. Às oito horas e três minutos, as portas se fecharam.
Do lado de fora, permaneceu a multidão de fotógrafos e operadores de câmeras de vídeo que quiseram imortalizar com o fechamento das portas o início da sé vacante, ainda que, oficialmente, ela já tivesse começado três minutos antes.
Os aposentos do papa no Vaticano foram selados. O camerlengo, cardeal Tarcisio Bertone, foi o responsável por destruir tanto o anel do Pescador quanto o selo papal, símbolos do poder pontifício de Bento XVI, agora papa emérito.
Quem governa a Igreja
A Igreja, neste período, está sendo governada pelo colégio de cardeais no tocante aos assuntos ordinários, mas não nos que cabem diretamente ao sumo pontífice. Esta disposição é indicada com precisão pela lei da Igreja na constituição apostólica Universi Dominici Gregis, que só pode ser modificada pelo papa.
O colégio cardinalício não pode dispor dos direitos da Sé Apostólica e da Igreja, nem modificar as leis emanadas pelos papas. Caso surja uma emergência "que não possa ser adiada", o colégio de cardeais submete a questão a votação, decidindo por maioria.
Os cardeais governarão mediante dois tipos de comissões
Nas comissões gerais, devem participar todos os cardeais eleitores não impedidos, bem como os não eleitores que desejarem. São presididas pelo decano dos cardeais.
As comissões particulares, por sua vez, são constituídas pelo cardeal camerlengo e por três cardeais sorteados, chamados assistentes. A comissão particular dura três dias, depois dos quais é dissolvida. O cardeal Tarcisio Bertone é o camerlengo e dirigirá estas comissões.
Quais cargos expiram e quais não
Com a morte ou renúncia do papa, o secretário de Estado e os chefes dos dicastérios deixam seus cargos. Permanecem nos cargos, no entanto, o camerlengo, Tarcisio Bertone; o penitenciário maior, o cardeal vigário da diocese de Roma, Agostino Vallini; o cardeal vigário da Cidade do Vaticano, Angelo Comastriy, e o decano do colégio cardinalício, Angelo Sodano.
Eles deverão, junto com o auditor da Câmara Apostólica, Giuseppe Sciacca, guiar a transição e realizar o processo de eleição do sucessor.
O camerlengo
O camerlengo preside a sé vacante. Atualmente, é o cardeal Bertone, que, por outro lado, deixa de ser secretário de Estado. O camerlengo, que é o responsável por verificar a morte do pontífice quando é o caso, recolhe o anel do Pescador usado por ele e preside as comissões particulares.
O decano do colégio de cardeais
O presidente do colégio cardinalício é o cardeal Angelo Sodano, ex-secretário de Estado de João Paulo II. É ele quem deve convocar o conclave para eleger o futuro papa. Devido aos seus 85 anos de idade, não poderá participar do próximo conclave. Suas funções no conclave, portanto, serão assumidas pelo cardeal Giovanni Battista Re.

Fonte: ZENIT

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