terça-feira, 2 de agosto de 2011

Amy Winehouse

Dom Fernando Arêas Rifan*
A morte da cantora inglesa Amy Winehouse, abalou, mas não surpreendeu o mundo. Abalou por ser morte prematura de uma famosa artista. Não surpreendeu pela sua dependência de álcool e drogas em geral, que, se não vencida, acaba mesmo levando ao óbito. Os jornais falam dos seus vícios em álcool, cocaína, heroína e crack, com diversas passagens pela polícia e por clínicas de reabilitação, sem muito sucesso.
Conforme se sabe, ela engrossa a lista de artistas mortos prematuramente, devido às mesmas causas, tais como os roqueiros Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Brian Jones e Kurt Cobain, todos, como ela, mortos aos 27 anos. 
A grande pergunta é: por que pessoas ricas e famosas, que aparentemente tinham tudo, tais como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Elis Regina, acabam a vida assim? 
A primeira resposta é que dinheiro e fama não fazem a felicidade. A segunda, com grandes lições para todos, especialmente aos jovens, é o grande perigo que oferecem o álcool e as drogas. A dependência deles é catastrófica.
É preciso mostrar claro aos nossos jovens que esses artistas famosos, neste ponto, não são modelos a serem copiados, não são heróis e heroínas a serem imitados. 
Para responder a essa delicada questão do uso de drogas, a Igreja no Brasil instituiu a Pastoral da Sobriedade, que trata, além do problema das drogas, de qualquer dependência, química ou não, de vícios, manias, compulsões ou pecados, sob o aspecto cristão e a mensagem evangélica. Propõe cinco linhas de ação: 1. Prevenção ao uso de drogas; 2. Intervenção junto a quem experimentou a droga, mas ainda não se tornou dependente dela; 3. Recuperação do dependente químico; 4. Reinserção familiar e social do dependente em sobriedade; 5. Atuação política, com todas as formas de articulação e diálogo. Concretamente, a Pastoral da Sobriedade inicia suas atividades de forma concreta através da abertura do grupo de auto-ajuda da sobriedade nas Paróquias. Além disso, a Pastoral da Sobriedade busca transpor a abstinência da dependência. Pretende atingir o núcleo central do ser humano levando-o a uma mudança radical de vida através de um processo permanente de conversão e compromisso. Aspira integrar seus participantes, agentes e coordenadores nas diversas atividades eclesiais contribuindo para que o Reino de Deus se expanda. Seu lema é: “Buscar a Santidade pela Sobriedade!”. 
Graças a Deus, a Pastoral da Sobriedade tem recuperado milhares de jovens ex-dependentes das drogas, nos vários centros de recuperação espalhados pelo nosso país, mostrando assim que é possível vencer esse terrível vício e que a dependência pode ser controlada, levando a pessoa a uma vida sadia e normal. É claro que entra sempre em ação a graça de Deus, obtida pela oração, a convivência fraterna na caridade, a terapia ocupacional e o apoio da família.
 
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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