segunda-feira, 8 de agosto de 2011

“O Sacerdote é o amor do Coraçao de Jesus”


Esta se tornou uma frase célebre, daquele que foi declarado Patrono dos Sacerdotes, pelo Papa Bento XVI, e a quem foi consagrado o Ano Sacerdotal: o Cura d’Ars, como era conhecido S. João Maria Vianney.
Embebido de um profundo amor e reverência pelo sacerdócio que trazia em si e reconhecendo a dignidade de cada sacerdote nesta terra, assim que ele definia o sacerdote.
Esta frase tão simples, mas tão profunda, encerra em si o grande mistério que os sacerdotes trazem em si mesmo. Mistério do Amor, que se dignou escolheu homens como outros homens, frágeis, limitados, vasos de barro, e os ungiu, cumulando-os de Um grande tesouro: o Sacerdócio de Cristo. O Sumo e Eterno Sacerdote, confia a homens Sua própria vida, dando-lhes o poder de no Seu Nome e em Sua Pessoa, perpetuar Sua missão, em Sua memória.
S. J. M. Vianney reconhecia o seu sacerdócio como dom, melhor, o sacerdócio de Cristo que ele carregava em si, e que não lhe pertencia. Ele sabia viver o sacerdócio como dom colocado a serviço do povo a ele confiado; ele compreendeu, na intimidade com Aquele a quem ele havia se configurado, que seu sacerdócio era um serviço de amor e doação. Ele nao outorgou a si mesmo o direito de ser servido de seu sacerdócio, mas fez dele um ato de oblação e holocausto, perpetuando em si a vida mesma de Cristo Sacerdote, confomando-se a Ele na obediência a Vontade do Pai e em uma vida pobre e casta até o fim.


E não deve ser esta a vida do Sacerdote? S. J. M. Vianney não só definiu profundamente o que é um sacerdote, mas foi também exemplo íntegro de um sacerdócio vivido na autenticidade e submissão Àquele que é o Sacerdote por exelência.

Afirma S. J. M. Vianney: “Se comprendêesemos o que é um sacerdote, morreríamos, não de medo, mas de amor! Sim, Amor! Não há melhor palavra para definir o sacerdote, o Amor do Coração de Cristo, melhor, o próprio Amor em meio ao mundo. Ah, se os próprios sacerdotes por primeiro compreendessem este mistério, morreriam eles de Amor; se compreendessem a quão grande dignidade foram elevados... - não por si, pois são vasos de barro, mas pelo tesouro que carregam em si, que os tornam Rei e profeta das nações - andariam prostrados, adorando o mistério que carregam em si.
Que grande loucura de um Deus que não teve medo de escolher homens, de se colocar nas mãos de homens... que como disse nosso amado Papa Bento XVI em sua homília do encerramento do Ano Sacerdotal, ousadia de Deus! Mesmo sabendo que eles poderiam traí-Lo, como fez Judas, um dos doze discipulos que estavam no Cenáculo.
Este é um mistério que homens não poderão compreender pela razão, mas somente pelo Amor. Amor de um Deus apaixonado pela humanidade, que quis permanecer em meio aos homens; em homens e como alimento; nos sacerdotes e na Eucaristia. Dois prodígios de Amor nascidos do Coração de Deus no Cenáculo, como dizia a Beata Elena Guerra.
Ali, no Cenáculo, Jesus sabendo que era chegada a Sua hora, como último ato de amor e oblação, entregou-Seu aos Seus. Ali, Jesus se dá como Alimento e dá aos discípulos a missão de continuar o mesmo que Ele ali estava realizando. Há aqui uma dupla doação de Jesus. Jesus que se dá a si mesmo, como Alimento para os homens (a Eucaristia), e se confia aos discípulos, para que perpetuem em si este mistério (o sacerdocio). Não existe separação. Jesus ao dar Seu Corpo e Seu Sangue, dá a Si mesmo como Pessoa para os Seus discípulos, para que pudessem perpetuar o mesmo que Ele fizera na Última Ceia.
É o Amor que se oferta no Cenáculo, mas que vai ser consumado no Calvário. É na Cruz, que o Amor se derrama, é entregue; e foi a João, o discípulo Amado. João representa todos os sacerdotes, amados por Deus, desejados por Ele, e que na Cruz são gerados. Nascidos do Lado Aberto de Cristo, do próprio Amor derramado de Seu Coração, João é batizado, e nele, todos os sacerdotes, recebendo deste Sagrado Coração toda unção Sacerdotal.
Dois mistérios que só são compreendidos à luz do mistério Pascal, por meio do Espírito Santo. Só em Pentecostes, os discípulos compreenderam o que o Senhor lhes havia ordenado na Última Ceia e consumado no Calvário. Foi à luz do Espírito Santo, que os discípulos compreenderam a missão que lhes foi confiada; é o Espirito Santo a memória de Cristo atualizada nos discípulos, que lhes deu o poder de realizar tudo que da parte do Senhor lhes havia sido prometido.
Do mesmo modo, os sacerdotes so poderão compreender e viver este mistério de Amor sob a ação do Espírito Santo. Só por meio do Espírito Santo, que é o Amor divino, que os sacerdotes poderão ser e viver. Foi no Coração Sacerdotal de Jesus, que os sacerdotes foram gerados e formados pelo Espírito Santo; ungidos por Ele; e é por meio d’Ele que devem ser nutridos em sua vida e missão, a fim de que sejam sempre conforme o Único Sacerdote ao qual foram configurados: Jesus Cristo, fazendo-se sempre em tudo submissos ao sacerdócio do qual participam: por querer divino e por amor à humanidade.
E é na Igreja, hoje, o novo Cenáculo, o lugar onde estes dois prodígios se renovam a cada dia, em cada Sta Missa celebrada. A Eucaristia é o memorial da Paixão do Senhor, e ao Sacerdote foi confiado a missão de perpetuá-la até o fim dos tempos, até que o Senhor volte, continuando assim, neste mundo, a Sua missão de Salvação e redenção da humanidade.
Deste modo, o Sacerdote é a manifestaçao viva, sinal preclaro do Amor divino pela humanidade.
Madre Viviane do Sagrado Coração de Jesus.

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